95 OCTANAS: Garagem dos sonhos

Texto: RPH

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Peruas, ai as peruas... Elas conquistaram meu coração, mas estão agonizando no mercado nacional, o que é uma tristeza, mais triste ainda por serem substituídas pelos monstros; SUVs e cross-overs. As nacionais que restam são a SpaceFox e a Palio Weekend. Nas importadas ainda encontramos mais opções, mas ainda assim escassas, uma pena.

Enfim, o que realmente interessa aqui é a Audi Avant RS2, a primeira Perua – no mundo! - a ultrapassar a barreira dos 250km/h. É uma maneira bem rápida de levar os filhos na escola. Da RS2 foram produzidas apenas 3000 unidades na fábrica de Zuffenhausen/Alemanha, das quais 60 foram importadas pela Senna Imports nas terras tupiniquins. Na época, a Senna Imports era a importadora oficial da marca a vendia por 122 mil dólares. Sim, o dono da importadora era o Ayrton Senna. Hoje, com uma busca rápida no Webmotors meia dúzia aparece com valores que vão de 70 a 115 mil reais, um preço alto para um carro de, no mínimo, 18 anos, mas razoável para um quase Porsche. Deixa eu explicar melhor. A RS2 foi resultado de uma joint venture entre a Audi e a Porsche e foi desenvolvida sobre a base do Audi 80.

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O seu motor é o mesmo que equipava o Audi S2, um cinco cilindros em linha, com 20 válvulas, volume de 2226cm³ e turbo compressor. No S2 desenvolve 226cv e na RS2 311cv a 6500rpm. O ganho de 85cv foi trabalho da Porsche, através da instalação de um compressor maior com intercooler. Radiador e escapamento acompanham o pacote Porsche. O câmbio, mecânico de 6 velocidades e de engates curtos, é da Audi.

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O fabricante alegava uma aceleração de 0 a 100km/h em 5,4 segundos, e uma velocidade máxima de 262km/h. Por se tratar de uma perua ela não era incluída na lei que limita a velocidade dos carros na Alemanha a 250km/h, e portanto podia utilizar toda a sua potência! How cool is that?

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Com torque máximo de 41,8kgfm a 3000rpm, que se mantém estável de 2800 a 4900rpm, na estrada quase não se troca marchas, é só pisar no acelerador que a patada vem das quatro rodas com tração permanente e diferencial auto blocante. A suspensão não perdoa, é dura como em um esportivo, pudera, tem que haver estabilidade para domar os 311cv e despejá-los nos pneus 245/40 que calçam as rodas 17 polegadas da Porsche.

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E para parar tudo isso, freios a disco ventilados nas quatro rodas, com pinças de quatro pistões e ABS. Trabalho da Porsche.

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Para fechar o conjunto e torná-lo um carro familiar, o interior é recheado “a lá Audi”: equipamento de som com seis alto-falantes, controle automático de velocidade (piloto automático), teto-solar elétrico, direção hidráulica, ar-condicionado automático, bancos com ajustes elétricos, air-bag duplo, computador de bordo, alarme infravermelho e comandos elétricos para espelhos, vidros e travas. Mas claro que ela não passa despercebida como esportivo do lado de dentro, os detalhes em fibra de carbono, bancos Recaro, painel de fundo branco e manômetro de pressão do turbo (5 bar), satisfazem aqueles que tem o prazer de dirigir – e não os deixa esquecer que estão dirigindo – um esportivo desenvolvido por Audi e Porsche.