Texto por RPH.
Fotos por RPH, exceto quando citada a fonte.
No último sábado, dia 31 de março, foi dia do 2° Track Day do Velopark. Na primeira edição, em outubro de 2011, estive presente como espectador, tirei várias fotos e prometi para mim mesmo que estaria correndo na próxima vez.
Mustang GT - 1° Track day Velopark
Porsche Boxter - 1° Track day Velopark
Marea Turbo - 1° Track day Velopark
Civic SI e Porsche Boxster - 1° Track day Velopark
Golf GTI R32 - 1° Track day Velopark
Subaru WRX - 1° Track day Velopark
Foi ainda no início do mês de março que fiz minha inscrição, tamanha era a vontade de participar que fui o quarto inscrito. Finalmente o dia chegou.
Acordei cedo, me preparei para sair, coloquei os apetrechos no carro, capacetes, um lanchinho, o chimarrão e saí acompanhado de minha namorada – sim, mulheres também participam. Primeiro parei em um posto para ajustar a pressão dos pneus ainda frios - coloquei, como dica do Bob Sharp - http://autoentusiastas.blogspot.com/ -, 10% a 15% a mais de pressão, cheguei em 36psi na frente e 32psi atrás - e completei o tanque, que tinha ainda ¾ de gasolina Ipiranga Premium, com álcool. Peguei a estrada às 8:30h.
Às 9h estava chegando ao Velopark, fiz o cadastramento, esperei uns 10 minutos na fila da avaliação do carro, onde foram conferidos pneus e vazamentos de óleo, recebi o número 27 para colar no pára-brisa e fui incluído no grupo 1, o dos carros menos potentes, até uns 140cv, no grupo 2 haviam Civic SI, Golf GTI, Audi A3 turbo e no grupo 3, Porsche, BMW M3 e Golf VR6. Era só esperar no box o briefing e a liberação da pista.
Logo após o briefing ser concluído a liberação da pista para o grupo 1 foi anunciada.
Foi a primeira vez que entrei em uma pista de corrida, estava bastante apreensivo, e como era de se esperar, nas três primeiras voltas saí da pista duas vezes na curva indicada na vista aérea da pista. Como esta curva possui uma área de escape – asfaltada – bastante grande, somente o susto, e de volta para a pista! Na terceira volta já tinha “pego a manha”.
O traçado da pista, para amadores, é muito bom, acredito que para competições profissionais possa se tornar um pouco monótono, pois não possui curvas de alta velocidade e as retas não são muito longas. Como parâmetro, os carros da Stock Car completam uma volta em cerca de 55 segundos.
Meu melhor tempo na parte da manhã foi cerca de 1 minuto e 26 segundos, a tarde baixei para 1 minuto e 22,5 segundos, com velocidade média de 98km/h e velocidade máxima de 138km/h. Para um carro com mais de 1ton e apenas 88cv considero um resultado satisfatório. Com este tempo superei carros mais potentes, como um Tempra 2.0 16v e um Kadett, e fiquei cerca de 1 segundo atrás de um Peugeot 307, também 2.0 16v.
Entrei na pista 5 vezes, em cada uma das oportunidades dava de 5 a 6 voltas, até os pneus radiais começarem a escorregar muito. O freio não apresentou fadiga em nenhuma ocasião. Todo o desgaste ficou bem aquém do que eu esperava, os pneus perderam alguns pedaços, comeram a borda um pouco, mas ainda poderão ser utilizados por um bom tempo. As pastilhas do freio continuam em ótimo estado.
Velocidade máxima - 2° Track day Velopark
Situação dos pneus - 2° Track day Velopark
Situação dos pneus - 2° Track day Velopark
Situação das pastilhas dos freios - 2° Track day Velopark
Ao entrar na pista, selecionava o modo Sport e desligava o controle de estabilidade - ESC. No fim das contas, descobri que o ESC não desliga completamente, só torna-se mais tolerante. Isto acabou sendo um desafio, pois o ESC trabalha através da aplicação do freio, o que reduz a velocidade até que o carro pare de derrapar. Fui obrigado a trabalhar bastante nos limites do carro, de forma a realizar derrapagens controladas, para que o ESC não fosse acionado. Uma bela diversão e de quebra um aprendizado. Foi muito interessante poder levar o carro ao limite - em segurança - recomendo para quem estiver com o pé atrás. Vão!
As regras para poder correr são claras, nada de disputa de posição, não é permitido ultrapassar na “freiada” das entradas das curvas e tão pouco na própria curva. Tudo para tornar esta diversão mais segura para todos. As ultrapassagens devem ser realizadas na camaradagem, no bom senso, aliviar o pé na reta, colocar o carro para o lado direito, este é o espírito do evento. As bandeiras utilizadas são as mesmas dos eventos oficiais, bandeira quadriculada, vermelha, amarela, azul e preta. Todos os seus significados foram explicados no briefing.
Os track days são eventos que cada vez mais se popularizam, principalmente no RS onde temos pelo menos três autódromos que estão realizando estas “corridas” regularmente, Velopark, Guaporé e Santa Cruz do Sul, onde mais um track day será realizado no meio do ano. Para aqueles que têm interesse, acessem o link: http://www.trackdayscs.com.br/
Os track days são ótimos para todos os públicos, tanto os amadores, quanto os profissionais, todos que desejam levar seus carros ao limite em um ambiente controlado. Acho ótimo estarem se popularizando, é mais um tipo de evento que retira os “pilotos” das ruas, para que se tornem “pilotos de final de semana”. Eu, por exemplo, perdi muito do tesão de acelerar na rua depois de correr na pista. Os valores ainda são um tanto altos, mas nada que um planejamento financeiro não ajude, no fim, o gasto vale a pena. E se você tem um carro sem preparação, um originalzinho, não se preocupe, os desgastes no carro são poucos. Só se prepare para a dor nos braços e no pescoço e arranje um capacete!
O "piloto" e sua "máquina" - 2° Track day Velopark
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